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É dia de lembrar dos Direitos das Crianças e Adolescentes

Para marcar a data, ARAS/Cáritas convoca todos a pensar sobre o bem-estar, viver e brincar

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    Mais um 12 de outubro que chega. É Dia Santo, de homenagem a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil; também lembrado, no país, como o Dia das Crianças. Apesar de muita gente associar a data ao comércio de presentes, este é, de fato, tempo de lembrar dos direitos e garantias aos pequenos. É exatamente isso que a Associação de Reflexão e Ação Social - ARAS/Cáritas Maringá vem fazer.

    Chamar a atenção sobre a importância de garantir a meninos e meninas o “bem-viver” é uma das missões assumidas pela entidade. E, como lembra o presidente Padre Emerson Cícero Carvalho, uma das maneiras de desenvolver a área da Infância, Adolescência e Juventude é através da ação conjunta com a Pastoral da Criança e as entidades sociais parceiras do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade.

    “É preciso reconhecer que as crianças e adolescentes são sujeitos de direitos. Vemos, sim, alguns avanços nas políticas públicas e nas ações voltadas a esse público. Porém, infelizmente, ainda enfrentamos problemas sérios como violência, abandono e outros abusos, por isso temos que nos manter vigilantes e atuantes”, afirma.

    Ainda de acordo com o presidente da ARAS, cuidar das crianças, além de um dever social, para nós cristãos é também um imperativo do Evangelho. “O próprio Jesus dizia ‘deixai vir a mim as crianças’ e ‘quem não acolhe o Reino de Deus como uma criança não entrará nele’”, lembra.

    Assim, segundo ele, a Pastoral da Criança e as entidades sociais são uma forma que a Igreja encontrou de ser continuadora da missão de Jesus, que acolhe e cuida das crianças principalmente as mais vulneráveis.

Pastoral

    Há mais de 30 anos atuando na Arquidiocese de Maringá, a Pastoral da Criança é um importante agente na garantia dos direitos da infância, principalmente quanto à nutrição e ao desenvolvimento saudável. Na região, são mais de nove mil crianças, de zero a seis anos, atendidas.

    Em geral, as atividades da Pastoral são as visitas domiciliares mensais para acompanhar as famílias; o acompanhamento nutricional com a pesagem e medida, a cada três meses; e a realização da celebração da vida. Este último, como explica a coordenadora da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Maringá, Leilane Rodrigues Garnica Wesselovicz, é um momento para incentivar o brincar e a interação entre pais/mães e filhos.

    “Aceitamos qualquer família que queira receber a visita e a orientação da Pastoral. Porém, a maioria das famílias que hoje atendemos são famílias de baixa renda e algumas em situação de vulnerabilidade. Hoje, na Pastoral, o que tem chamado mais a atenção em relação às crianças aqui em nossa região, são os índices de obesidade infantil e o aumento nos casos de violência”, comenta.

    O que falta para a Pastoral conseguir ampliar ainda mais o atendimento, segundo a coordenadora, são os “operários”. “Precisamos muito de mais voluntários que queiram nos ajudar a garantir às crianças saúde física, mental e espiritual, para o desenvolvimento saudável delas”, afirma Leilane, como um desejo especial pelo Dia das Crianças.

Crianças

    A Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá é outro exemplo de entidade preocupada com o desenvolvimento saudável das crianças, em nossa região. Porém, o público-alvo é a criança indígena. A entidade chega a atender até 30 crianças, diariamente, nas atividades recreativas e pedagógicas do Centro Social Mitanhue Nhiri. Entre elas, também os filhos dos indígenas universitários que residem na associação durante todo o período de graduação. 

    Como explica a coordenadora da associação, Drieli Vieira Manso, o projeto segue a três conceitos-base da Pedagogia Indígena (Autonomia, Liberdade e Experimentação) e funciona como uma alternativa para suprir os períodos em que os menores indígenas se encontram em trânsito.

    Segundo Drieli, que é antropóloga, as crianças (assim como a maioria das famílias atendidas pela Associação) são da etnia Kaingang, mais especificamente da Terra Indígena do Ivaí, localizada no município de Manoel Ribas, a cerca de 180 quilômetros daqui. Essa comunidade, sobrevive da venda do artesanato. Assim, eles percorrem todo o território do Estado para essa comercialização.

    “Apesar de todas essas crianças estarem matriculadas na escola da Terra indígena, quando eles acompanham os pais – por cerca de 30 dias – acabam tendo que ficar afastados. Não somos uma escola, mas oferecemos um serviço paliativo para amenizar esse impacto. Infelizmente, a política de educação nacional ainda não contempla essa realidade e a diversidade cultural dos nossos indígenas”, lamenta.

    Além das atividades realizadas no Centro, as crianças recebem cuidados com a saúde, alimentação, alojamento e proteção (em caso de quaisquer eventuais violações a seus direitos). Questionada sobre a vulnerabilidade dos pequenos indígenas, Drieli defende que se trata de diferentes percepções.

    “Conversamos muito com os pais sobre isso e aprendemos muito com eles. Para as famílias, se a criança está com o pai e a mãe, ela está segura. A gente tem muito a aprender com eles. Deveríamos, então, não apenas nessa data, romper as barreiras e deixar os preconceitos de lado. Isso, sim, é respeitar as crianças e famílias indígenas”, conclui.

    O projeto para as crianças existe desde 2012, no entanto no ano de 2017 as atividades tiveram de ser interrompidas por falta de recurso. A população indígena sofre muito preconceito e discriminação e isso influencia diretamente no trabalho da organização, que tem dificuldade em conseguir voluntários e também captar recursos.

Jandaia

   Em Jandaia do Sul, o Lar São Francisco de Assis atende 150 crianças em situação de vulnerabilidade financeira, psicológica e social, com o contra turno escolar, através do fortalecimento de vínculos. Assim, a entidade atua há 30 anos. Nos últimos anos, segundo a coordenadora Laís Aline de Lima, eles têm conseguido mobilizar cada vez mais as famílias a se integrarem ao projeto.

    “Através do Lar, as crianças que antes ficavam nas ruas, desamparadas e ociosas recebem alimentação e têm acesso a cultura, esporte e diversas atividades das quais dificilmente teriam condições de participar”, afirma.

    No centro, os menores têm oportunidade de fazer parte de oficinas de Artesanato, Esportes, Artes Marciais (Karatê e Kung-Fu), Xadrez, Matemática Lúdica, Libras, Dança, Idiomas (Inglês e Espanhol), Catequese, Bombeiro Mirim e Coral. Além disso, recebem auxílio nas tarefas e aprendem a fazer brinquedos a partir de materiais reciclados.

    Sobre a Infância, Laís lembra que a criança, na inocência dela, depende dos adultos para que seus direitos sejam resguardados. “Eu desejo que cada uma das crianças em situação de risco e vulnerabilidade tenha sempre ao lado um anjinho para guardar e proteger a sua infância, o período mais importante para o seu desenvolvimento”, ressalta a assistente social.

Floresta

    Em Floresta, município vizinho a Maringá, 140 crianças são atendidas pela Obra de Assistência Social Papa João XXIII. No contra turno escolar, além de alimentação, eles recebem atividades como dança, teatro, música, arte e artesanato, capoeira e roda de conversas e reflexão.

    “Temos 200 matrículas, mas muitos não são perseverantes, por diversos motivos. São crianças em vulnerabilidade extrema. Algumas são vítimas de violência, outras têm muita dificuldade de aprendizagem; outras foram afastadas dos pais. Enfim, lidamos com uma realidade muito crítica”, afirma a coordenadora da Obra, Irmã Irene Torsani.

    A entidade é administrada por quatro irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Para desenvolver todas as atividades, elas contam com a ajuda de duas educadoras sociais, duas auxiliares de limpeza e uma cozinheira, além dos instrutores das oficinas, cedidos por projetos do Município e do Estado, e da comunidade que, como conta a irmã, também ajuda bastante.

    Neste Dia das Crianças, a mensagem que a Irmã Irene deixa é para que todos sejam capazes de tratar as crianças como Jesus tratou, “com carinho, amor e ternura”.

    “Crianças devem ser tratadas com respeito, principalmente em relação aos seus direitos. Ela precisa ter voz e vez, inclusive para participar e se expressar quando não está sendo respeitada, às vezes até pela própria família. Respeito é o que desejo para as crianças, nesta data”, conclui.

"Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: 'Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele'".  (Mc 10,14-15)

 

 

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