ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA EM DIREÇÃO A ECONOMIA DE FRANCISCO
Autogestão, cooperação, solidariedade e democracia foram algumas das respostas da Roda de Conversa com Desenvolvedores da Economia Popular Solidária.
Desenvolvedores da Economia Popular Solidária, bem como iniciativas de cooperativas e associações, reunidos em Roda de Conversa ofereceram contribuições para a concretização de um outro jeito de produção, que vai ao encontro com as disposições da Economia de Francisco.
As declarações trouxeram luz para a construção de outra alternativa de distribuição de riquezas e consequente ligação com a proposta do Papa, uma vez que busca uma economia diferente, não no sentido de confrontar a economia já existente, mas apresentar uma outra forma de produzir, buscando transformar a natureza pelo trabalho, o trabalho por sua vez transformando pessoas e as pessoas transformando o mundo.
A Economia de Francisco, da mesma forma que a Economia Popular Solidária, busca uma economia de vida, inclusiva e humanitária, respeitando o meio ambiente, a vida, o cuidado com a família, equidade social, a dignidade dos trabalhadores e o respeito ao direito das próximas gerações. Nesta perspectiva a Cáritas Arquidiocesana de Maringá, promoveu no último dia 07 de março uma Roda de Conversa com alguns desenvolvedores da Economia Popular Solidária, buscando contribuir com informações para o encontro em Assis, Itália, em novembro deste ano, a convite do Papa Francisco, para por em prática uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui.
O encontrou proporcionou a partilha das histórias de cada um, daquilo que de fato moveu à prática da Economia Popular Solidária. Dentre as colocações, foi destacada a procura de um outro meio de produção, onde o olhar está voltado para o próximo, visualizando as suas dificuldades e buscando soluções, principalmente no que diz respeito ao sustento e garantia das necessidades básicas das pessoas. Destacou-se a ajuda mútua e o compromisso com a natureza, demonstrando total interesse na construção de uma efetiva justiça social.
Na oportunidade puderam expressar, dentre outros assuntos, as barreiras enfrentadas, fraquezas e ameaças, tais como o desconhecimento da legislação própria, a falta de amplo apoio do poder público e as dificuldades para competitividade dos produtos produzidos no mercado.
Por outro lado, também foi possível registrar os objetivos atingidos e os sonhos realizados. O resgate de pessoas sem objetivo na vida e a valorização do trabalho de mulheres, que sem encontrar espaço no mercado de trabalho, decidiram trabalhar unidas, numa mesma direção, e puderam redescobrir o sentido da vida, além de contribuírem para a melhor qualidade de vida das suas famílias.
Os encaminhamentos apontaram para novas discussões e aprofundamento do tema, com a troca de experiências e contribuições para a viabilização e fortalecimento do desenvolvimento das iniciativas da economia popular solidária.
MATILDE FAVORETO ANTONIASSI SANTOS
Membro da Comissão de Economia Popular Solidária