Justiça por Moïse Kabagambe
A Cáritas Arquidiocesana de Maringá (PR) vem à público demonstrar sua solidariedade aos familiares e amigos de Moïse Kabagambe, bem como seu repúdio para com ações xenofóbicas e demonstrativas de nosso racismo estrutural.
Desde 2014 residindo no Brasil como refugiado político, o migrante congolês foi morto no último dia 24 de janeiro em um quiosque na Barra da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro, após cobrar por dois dias de trabalho não pagos. Ainda carecendo de explicações mais detalhadas, sabe-se até o momento que Moïse teve suas mãos e pernas amarradas e que sua morte se deu por traumas severos ocasionados pelos socos e pontapés, assim como pelo uso de pedaços de madeira e taco de beisebol.
A crueldade com que foi morto evidencia um cenário social bastante desagregador e desumanizado. Não é, certamente, um caso isolado e muito menos está desconectado do contexto mais amplo de desagregação social ocasionada sobretudo pelo agravamento das crises econômicas e políticas, que conformam um quadro de guerras generalizadas, perseguições de toda ordem e intenso fluxo migratório.
Contrária a toda e qualquer manifestação de violência, ódio e/ou formas de exclusão social, a Cáritas Arquidiocesana de Maringá tem como prioridade a construção de um Projeto Popular para o Brasil em que estejam contempladas as diretrizes intransferíveis do respeito à vida e à dignidade humana. Enquanto não houver espaço para que haja uma propositura realmente viável e concreta de integração entre os povos permaneceremos lutando contra todas as injustiças.
Moïse Kabagambe, presente!
Maringá/PR, 03 de fevereiro de 2022
Anexo
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